domingo, 10 de março de 2019

Geraldo Pinheiro


GERALDO MAIA PINHEIRO nasceu no dia 20 de abril de 1931, na zona rural de Patu/RN, filho legítimo do casal de agricultores José Clemente e Luzia Clemente de Moura. 

Aos 8 meses de idade uma seca grande "expulsou" sua família da terra onde nasceu. E seus pais pegaram o rumo da cidade de Mossoró, como retirantes à procura de dias melhores. Eles colocaram tudo que tinham num lombo de um jumento, com o filho mais velho(de 2 anos) e Geraldo com apenas 8 meses.

Ele era um menino franzino e doentinho de asma. Sua saúde se complicou com a viagem. E por passagem no lugarejo onde hoje  é a cidade de Itaú/RN, mais precisamente na Fazenda Currais, a família parou e pediu para se "arranchar" no local com a intenção de seguir viagem no dia seguinte.

Os moradores da fazenda se compadeceram com o estado de saúde daquele bebê e pediram pra ficar com ele. A mãe relutou um pouco, porém temendo que seu filho não "botasse a viagem" o entregou à sua nova família. Mas nunca perdeu contato com o filho.
Na Fazenda Currais, Geraldo foi criado como agricultor pelo casal Chico Pinheiro e Dona Raimundinha. Ele relatava que teve seu primeiro roçado aos 5 anos de idade.

Foi alfabetizado por uma filha do fazendeiro, professora particular que lhe ensinou a assinar o nome usando o sobrenome da família "Maia Pinheiro".

Ele nunca frequentou escola regular. Aprendeu apenas a assinar o nome e ler com dificuldades, mas tinha facilidade em lidar com números. De uma inteligência incomum, se interessava por todos os assuntos do Brasil e do mundo, notícias que ouvia através do rádio.

Quando chegou a época de fazer o título de eleitor, Geraldo foi registrado no Cartório, como já era conhecido por Geraldo Maia Pinheiro, decidiram que continuaria com esse sobrenome, mas na certidão constaria o nome dos pais biológicos. 

Casou-se no ano de 1955, com uma moça  chamada Maria Francisca Neves, também filha de agricultores, que morava na zona rural de Itaú. 

Nessa época, em contato com um primo seu, por parte da mãe biológica, que era "ourives" (vendedor de ouro), Geraldo Pinheiro pegou com o primo, em consignação, uma pasta de ouro, que vendia por toda a redondeza.

Com um outro parente seu também, aprendeu a "tirar retrato" , comprou uma máquina e desenvolveu a arte de fotografar. Conhecimentos que repassou para quase todos os filhos e que o tornou conhecido em toda a região. 

No ano de 1963 fundou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itaú, onde foi presidente por quase duas décadas. Apesar dessas atividades paralelas, nunca abandonou a agricultura e se aposentou como agricultor. Foi um dos primeiros habitantes de Itaú a comprar uma televisão na década de 1970.

Sempre à frente do seu tempo, antenado com os acontecimentos do mundo, quando alguém queria alguma informação sobre qualquer assunto, diziam logo: "Geraldo Pinheiro sabe". E ele de pronto respondia, muitas vezes em forma de verso. Sempre foi um incentivador para que todos os filhos "se formassem".

Dono de uma memória invejável, sabia em detalhes acontecimentos políticos, local, do Estado, do Brasil e do mundo.

Do casamento com Maria Francisca Neves, Geraldo Pinheiro deixou os seguintes filhos: Maria Gelma Maia Saraiva, Francisco Gilmar Pinheiro, Geraldo Pinheiro Filho, Maria Gilma Maia, Maria Gilda Maia, Francisco Gerson Pinheiro, Francisco Gildo Pinheiro(vereador em Itaú), Maria Gilk Maia e Maria Gilmara Maia Pinheiro.

Após o falecimento de sua esposa, Geraldo Pinheiro foi residir em Natal, capital do Estado. Porém, quando já encontrava-se bastante doente, voltou a residir em Itaú. O cidadão Geraldo Maia Pinheiro faleceu aos 82 anos de idade no dia 16 de setembro de 2014.

É patrono de uma Rua no Bairro da Felicidade, na cidade de Itaú/RN, denominada de "Rua Geraldo Maia Pinheiro",  por meio da lei municipal nº 429/2014, de 22 de dezembro de 2014. 

*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Itaú - Portal Fatos do RN

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